A indagação sobre os Inibidores de Recaptação de Serotonina e de Noradrenalina (IRSN) serem ou não mais eficazes que os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS) já foi motivo de estudos publicados. A controvérsia existe e as opiniões são as mais variadas e desencontradas.
Em parte, a confusão se deve ao fato de os mesmos grupos acadêmicos realizarem pesquisas clínicas comparando substâncias de um ou de outro grupo com placebo e, eventualmente, entre si. Entretanto, essa controvérsia – a de um medicamento antidepressivo ser mais potente e eficaz que outro – remonta à década de 1960, coisa do século passado.
Até meados da década de cinquenta do finado século, a depressão endógena – primária, recorrente ou melancólica – era considerada uma doença rara, cuja ocorrência era muito menor que a da psicose maníaco-depressiva: a cada milhão de indivíduos, de 50 a 100 recebiam esse diagnóstico. A situação era tão desanimadora que os então recém-lançados antidepressivos, como os IMAO e os tricíclicos recebiam pouca atenção de seus fabricantes, que estavam muito mais interessados no desenvolvimento de neurolépticos antipsicóticos.
Além disso, havia a previsão da Organização Mundial da Saúde de que haveria um crescimento na demanda de leitos psiquiátricos da ordem de 14 a 20% nos próximos dez anos, independentemente do diagnóstico. Na mudança do século, de 1960 até 2004, o número de padecentes de depressão passou a ser de 100.000 em cada milhão de indivíduos!
Ainda é objeto de hipóteses diversas o que levou a essa mudança de expectativa e, para se ter uma noção do conjunto, é necessário ver de perto cada peça do mosaico, sem deixar de lado minúcia alguma.
Fonte: abp.org.br
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