O transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é definido como inquietação, hiperatividade e dificuldade de manter a atenção. Em grande parte dos casos, esses sintomas são percebidos na escola, onde a concentração de diversas crianças leva a um comportamento mais inquieto.
“Se há dificuldade de aprendizado, a criança é rapidamente diagnosticada com TDAH. Muitas vezes, ela não tem nada, e os problemas de aprendizado estão relacionados à política educacional do país e à falta de qualidade de muitas escolas. Um problema coletivo pode ser transformado em um problema pessoal”, pondera a professora Maria Aparecida Affonso Moysés, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
O aumento de diagnósticos vem acompanhado de um alto número de tratamentos com medicamentos, sem o auxílio de terapia que possa amenizar os sintomas. Apenas 25% dos estudantes americanos diagnosticados com transtorno de déficit de atenção recebem terapia comportamental. A maioria dos casos é tratada exclusivamente com medicamentos, o que, de acordo com a comunidade científica, deveria ser um recurso utilizado em último caso.
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Na Finlândia, onde o sistema educacional leva os alunos a ocuparem as posições mais altas em rankings mundiais de desempenho, apenas 0,12% das crianças em idade escolar tomam medicamentos para déficit de atenção.
O Brasil acompanha a tendência norte-americana, com um aumento de 775% na venda de estimulantes entre 2003 e 2012, segundo levantamento do Instituto de Medicina Social da UERJ.
Fonte: Gazeta do Povo
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