A popularização dos benzodiazepínicos
Os ansiolíticos benzodiazepínicos (BDZ) alcançaram grande popularidade entre os membros da classe médica e na população nas décadas de 1970 e 1980, uma vez que demonstraram tamanha eficácia no combate da ansiedade, insônia, agressividade e convulsões, dentre outras ações, com menos efeitos depressores sobre o SNC. Essa menor influência na inibição dos centros respiratórios propiciou uma sensação de segurança e maior desinibição no momento de indicar ou fazer uso desses medicamentos.
Estima-se que os BDZ estejam entre os fármacos mais prescritos nos países ocidentais. Além disso, existe ainda uma média em que cada clínico teria por volta de 50 pacientes dependentes de benzodiazepínicos, e que destes, 50% desejam descontinuar o uso e 30% acreditam que os médicos chegam inclusive a estimular o uso da medicação. Aspectos sociais sabidamente são providos da capacidade de colocar alguns grupos populacionais em desvantagem com relação à oportunidade de serem e de se manterem sadios.
Muito embora a prevalência geral dos transtornos mentais pareça não sofrer grande interferência do sexo, o mesmo não pode ser dito dos transtornos menores ou mais comuns, tais como ansiedade e depressão. Em estudo produzido em uma das capitais da região Sul do Brasil, o consumo de ansiolíticos BDZ apresentou o dobro da prevalência entre as mulheres, quando comparado aos homens.
A ocorrência de correlação entre admissão em urgências psiquiátricas e marcadores de pobreza, privação socioeconômica, fragmentação social, isolamento individual e proximidade de serviços de saúde justificou a utilização de variáveis na busca por correlação com consumo de BDZ na França. De forma semelhante, outros fatores, tais como idade, mortes violentas, índices de suicídio e desemprego têm demonstrado relevância na tentativa de explicar o uso abusivo desses medicamentos ansiolíticos em regiões distintas de outros países.
Índices compostos regularmente também são utilizados para melhor representar aspectos sociais complexos e distintos. O marcador de pobreza material, por exemplo, constitui um fator em que o nível de desemprego, renda e ocupação de moradia auxiliam na sua construção.
Fonte: Scielo
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