Como fazer a retirada de um benzodiazepínico?
A retirada de um benzodiazepínico deve ser feita de forma gradual, ao longo de algumas semanas, para minimizar a emergência de sintomas de abstinência. Embora um período de 4 a 8 semanas seja suficiente para a maioria das pessoas, a velocidade da redução costuma ser determinada pela capacidade do indivíduo de tolerar os sintomas secundários ao processo de suspensão.
Períodos longos (superiores a 6 meses) devem ser evitados para que a retirada do benzodiazepínico não se torne o foco maior de preocupação em saúde da pessoa. Por mais que exista a possibilidade de se ajustar a velocidade do processo de suspensão, deve ser estabelecido desde o início um calendário de retirada, buscando firmar um compromisso entre médico e paciente quanto à retirada do fármaco.
Embora não haja uma fórmula universal, algumas estratégias de redução foram recomendadas e podem servir de parâmetro.
Para doses baixas (como até 10 mg de Diazepam ou 0,5 mg de Clonazepam) e/ou quem tem facilidade em tolerar a retirada:
- Reduzir a dose em 50% a cada semana.
Para doses moderadas a altas e/ou quem tem dificuldade em tolerar a retirada:
- Reduzir a dose entre 10% e 25% a cada 2 semanas; ou
- Reduzir a dose em no máximo o equivalente a 5 mg de Diazepam (ou 0,25 mg de Clonazepam) por semana, ajustando a velocidade da redução de acordo com a tolerância da pessoa. Quando a dose diária estiver abaixo do equivalente a 20 mg de Diazepam (ou 1 mg de Clonazepam), tornar o processo mais lento, reduzindo o equivalente a 2 mg de Diazepam (ou 0,1 mg de Clonazepam) por semana; ou
- Reduzir 10% da dose original a cada 1 a 2 semanas até que seja atingida uma dose de 20% da original. Então, reduzir a uma taxa de 5% da dose original a cada 2 a 4 semanas.
A mudança de um benzodiazepínico de curta ação para outro de longa ação, embora sugerida por alguns autores, não apresenta vantagens claras.
Sabe-se que a retirada de benzodiazepínicos de curta ação apresenta menores índices de sucesso em comparação com a retirada dos de longa ação, mas a mudança de um fármaco de meia-vida curta para um de meia-vida longa não está associada a melhores desfechos.
Fonte: ufrgs.br/telessauders
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